Este ano teremos a licitação para o transporte coletivo de Joinville, um assunto que sempre é muito discutido na cidade. A Prefeitura Municipal pretende com o processo licitatório, legalizar a concessão do transporte coletivo joinvilense, que está irregular há mais de quarenta anos. O edital para a licitação do transporte sairá até março. Enquanto isso, a Prefeitura tenta discutir com a população através das audiências públicas.


A licitação é uma forma do governo repassar para a iniciativa privada, tudo aquilo que é público e direito do povo, quando o ele não pretende mais manter este serviço. Aqui em Joinville a situação é mais grave, pois a administração das empresas Gidion e Transtusa é irregular, pois nem o processo licitatório foi feito para o exercício das atividades das duas empresas, que estão operando há mais de quarenta anos.
As audiências públicas são a forma do governo municipal dialogar com a população sobre o processo licitatório e seus meios. Porém, não vemos muita atenção da Prefeitura em assim fazê-lo, pois até o momento teremos apenas duas audiências, sendo que a segunda já fora adiada duas vezes. Esta forma de atuar servirá apenas para legalizar a licitação, tornando-a “democrática” e garantindo mais anos de concessão às empresas vigentes.

O transporte coletivo em Joinville hoje não é o que desejamos. Enfrentamos todos os dias a falta de linhas e ônibus, superlotação, falta de manutenção e estrutura mínima, e principalmente, o preço absurdo da passagem, que aumentou nos últimos anos, muito além da inflação. O processo licitatório apenas legalizará o descaso das empresas com a população, somente a criação de uma empresa pública mudará tudo isso.
O gerenciamento privado de um serviço público não garante a qualidade dele, pois estará sujeito ao lucro pedido pelas empresas que se responsabilizam por ele. Além disso, direitos constitucionais, tais como o passe-livre estudantil também não serão garantidos, pois afetarão os lucros das empresas. Com uma empresa pública, o governo será responsável pelo seu gerenciamento e o diálogo será mais fácil, pois nós, o povo, seremos “donos” desse serviço. O preço da passagem não estará sujeito ao lucro e os direitos dos estudantes, poderão ser assegurados.

Portanto, a Ujes defende a criação de uma empresa pública para o transporte, pois ele é um direito do povo e que não deve ser entregue a iniciativa privada!

Nicolas Marcos 
Presidente da União Joinvilense dos Estudantes Secundaristas





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