Na reunião de ontem(25/03), convocada pelo CENTRO DOS DIREITOS HUMANOS DE JOINVILLE (CDH) e a UNIÃO JOINVILENSE DA JUVENTUDE SECUNDARISTA (UJES), estiveram representadas cerca de 30 entidades estudantis, associações de moradores, sindicatos, vereadores e organizações interessadas na luta contra o aumento da tarifa de transporte coletivo.

Novamente a população de Joinville está sendo alertada da possibilidade de acontecer novo aumento no preço da passagem de ônibus que, ainda em abril, poderá passar de R$ 2,30 para R$ 2,60.

As entidades reunidas entenderam que isso é inaceitável, pois, além de se tratar de uma concessão pública de mais de 40 anos e inúmeras prorrogações ilegais que estão sendo contestadas na Justiça, traz um ônus insuportável para os trabalhadores e estudantes, usuários do transporte coletivo que não obtiveram esse percentual de reajuste em seus salários.

Na reunião, foi formado o COMITÊ DE LUTA DO TRANSPORTE COLETIVO que definiu estratégias de mobilização para barrar o aumento e realizar o debate sobre a qualidade do transporte coletivo urbano, a modalidade de exploração da concessão pública e a precariedade dos serviços prestados pelas empresas concessionárias, GIDION e TRANSTUSA, diante dos problemas enfrentados pelos usuários no cotidiano.

Não está afastada a possibilidade do COMITÊ, através das entidades que o compõem, proporem ação cível pública para barrar o aumento da tarifa, a exemplo do que já está acontecendo em Blumenau, com liminar concedida pela Justiça impedindo o reajustamento da tarifa.

Está sendo solicitada audiência com o prefeito CARLITO MERSS, com a máxima urgência, para que o COMITÊ possa apresentar suas reivindicações, dentre elas a garantia de não ser concedido nenhum aumento imediato e o apoio para a realização de um seminário sobre transporte coletivo em Joinville, que discuta amplamente o assunto.

Novas entidades estão sendo convidadas a compor o COMITÊ, que estará sendo formalizado na próxima semana com a divulgação de todas as entidades que o integram. O COMITÊ está em estado de mobilização permanente, maiores informações podem ser obtidas através do telefone: 47-3025-3447, no CDH.

Ontem dia 17/03 foi realizada o projeto UJES NAS ESCOLAS no E.E.B.Germano Timm e E.E.B. Tufi Dippe.
Na escola Germano Timm foi discutido UJES e gremio e tirado nomes para a comissão pro-gremio, e no colégio Tufi Dippe foi aprovada um estatuto e eleita uma comissão geral.



No dia 09 de março, aniversário da cidade de Joinville-SC, a União Joinvilense dos Estudantes Secundaristas (Ujes) participou de um desfile temático organizado para a população local.
A razão do evento era a comemoração do aniversário da cidade que tinha por tema: “Como gosto de você Joinville.”
Munidos de bandeiras e cartazes com os dizeres “Como gosto de você Joinville: com educação de qualidade para todos!”, “Por uma educação pública de qualidade” e “Passe-Livre Já!”, os estudantes mostraram o que jovem de Joinville espera da sua cidade.
Com palavras de ordem como “Nas ruas, nas praças, quem disse que sumiu? Aqui está presente o Movimento Estudantil!” e “União secundarista, é de luta e socialista!” a entidade estudantil foi recebida com muitos aplausos da população que assistia o desfile.
A solidariedade da população e dos jovens que participaram do ato demonstra que o Movimento Estudantil continua vivo e organizado, apesar de todo o esforço para sufocá-lo por parte de quem se beneficia com o caos da educação no país.
Como expressou o militante da Juventude Revolução da Esquerda Marxista e presidente da Ujes, Maico Paixão - “Estarmos realizando este ato ao povo da cidade demonstra que estamos em luta (...) Nosso principal objetivo é a união cada vez maior dos estudantes!”.
A tarefa central da Ujes é a criação e organização de grêmios livres em várias escolas de Joinville para que os jovens se aglutinem em seus sindicatos no combate por uma educação pública, gratuita e de qualidade para todos e em todos os níveis.

Johannes Halter

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A sociedade capitalista, através da divisão social do trabalho, restringe os seres humanos nas suas funções e ações, e submete todos aos interesses da acumulação de riqueza. Uma humanidade incompleta e mutilada, que não realiza seus potenciais, é o resultado do processo da produção capitalista, que transforma a tudo e todos em coisas e assim os reduz a mercadorias.

As artes, em todas as suas modalidades, é uma atividade humana que toma forma pelo emprego dos trabalhos manual e intelectual conjuntos. Podendo se tornar um possível espaço de resistência às ações do capital e dos seus processos de “desumanização”. Porém, hoje, mesmo a arte é constantemente transformada em mercadoria e assim perde seus objetivos originais, que tanto podem ser integradores (uma contribuição para formação da identidade comum aos membros de uma sociedade) como contestadores (a oposição a valores tradicionais de uma sociedade).

Nesse cenário, que é o da luta de classes, trabalhadores da Arte de São Paulo vêm organizando-se há alguns anos em movimentos que visam combater a mercantilização da Arte e a transformação do humano em coisa. Assim surgiu o “Movimento 27 de Março” – M27M, que em 2009 ocupou a FUNARTE em São Paulo, no dia 27 de março, para protestar contra o programa federal para a cultura, que se propunha fortalecer as leis de renúncia fiscal. Estas são leis que permitem empresas capitalistas financiar cultura com recursos que seriam usados para pagar impostos. Os impostos são abatidos e o dinheiro ao invés de ir para os cofres públicos divulga um produto cultural junto à marca da empresa. Publicidade paga com dinheiro público. Nem seria preciso dizer que os produtos culturais escolhidos pelas empresas sempre são o entretenimento alienado e esvaziado de qualquer componente crítico ou de reflexão.

A cultura como direito de todo cidadão e, consequentemente, como dever do estado, essa é a defesa do Movimento 27 de Março. Uma luta que se coloca a todos, não apenas os trabalhadores da arte. No capitalismo, assegurar direitos custa dinheiro, ou seja, diminui a taxa de lucro dos empresários. Por isso educação, saúde, transporte, moradia e cultura são tratados como negócios, mercadorias, tocados por empresas privadas e comprados somente por aqueles que podem pagar por eles. A contradição que se coloca, a partir da reivindicação transitória dos direitos da cidadania para todos, é o debate de se a dignidade humana pode ser atingida nesta sociedade.

A Esquerda Marxista, presente com seus militantes também no Movimento 27 de Março, levanta a questão da construção do socialismo como condição necessária para garantir acesso universal aos direitos que hoje reivindicamos: educação, saúde, cultura, moradia, emprego e transporte para todos os cidadãos. O acesso universal a esses direitos para todas as pessoas é algo que a sociedade atual simplesmente não pode resolver, porque ao escolher entre o lucro ou as pessoas, decidiu pelo lucro. Desta forma o desafio de contribuir na construção do socialismo se apresenta a todos que entendem a dignidade humana como direito de toda e qualquer pessoa, e não um privilégio que possa ser comprado por poucos.

Por Mário Conte - Militante da Esquerda Marxista do PT